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CRÍTICA | A NATUREZA DO AMOR


O longa franco-canadense "A natureza do amor", dirigido por Monia Chokri, é um romance carregado de drama e com um toque de comédia que aborda a história de Sophia, uma professora universitária de 40 anos de idade que se vê diante de uma paixão avassaladora por um homem completamente diferente da sua realidade.

A trama se desenvolve de forma natural ao retratar num primeiro momento o relacionamento extremamente confortável, para não dizer cômodo, de Sophia com Xavier. Um homem intelectual que, assim como sua amada, entende de diversos assuntos como filosofia, política, vinhos e arte. Após comprarem um chalé no campo que necessita de diversas reformas, Xavier contrata Sylvian, o empreiteiro responsável pela obra, por quem Sophia se apaixona.

A partir desse momento, Monia Chokri nos presenteia com um roteiro que traz todas as nuances que uma paixão carrega na vida real. O desejo, os sonhos, as inseguranças, as diferenças e semelhanças são colocadas na balança por Sophia, muito bem interpretada pela atriz Magalie Lépine Blondeau que consegue transparecer com bastante naturalidade todos os sentimentos vividos pela sua personagem nesta montanha russa de emoções.



O título do filme é destrinchado de forma brilhante através das aulas de Sophia, que aborda a complexidade do amor e surge ao longo da trama parafraseando filósofos famosos como Platão e Bell Hooks. As narrações, que aparecem de maneira pontual, fazem uma conexão com o momento pelo qual a protagonista está passando na trama.


Carregado de cenas sensuais muito bem trabalhadas em cores quentes, gestos e sons, o longa ainda traz uma trilha sonora envolvente e cenas de humor que aproximam o espectador do filme. A trama também levanta discussões acerca da humanidade, política e feminismo, deixando nítido os posicionamentos de Chokri, conhecida por abordar temas provocativos em suas obras.


Aclamado em Cannes e com o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no César 2024, a maior premiação de cinema da França, "A natureza do amor" aborda de forma criativa e real toda a complexidade que envolve o simples ato de se apaixonar.


Nota: 4.0/5.0


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