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Crítica | O Dublê


"O Dublê" é uma homenagem afetuosa ao glamour do entretenimento clássico de Hollywood, guiado pelo encanto magnético de Ryan Gosling e pela habilidade magistral de David Leitch na direção. Este filme resgata a era dourada dos dublês e das estrelas de cinema versáteis, oferecendo um refúgio encantador em meio ao panorama cinematográfico saturado de efeitos especiais e tramas intricadas.

Ryan Gosling brilha no papel de Colt Seavers, personificando a nostalgia pela era das grandes estrelas, combinando charme com uma presença cativante na tela. Embora a trama inicialmente pareça simples, sua evolução habilmente entrelaça elementos de comédia romântica, mistério e ação, mantendo o público envolvido em uma narrativa bem equilibrada. A química entre Gosling e Emily Blunt é notável, embora Blunt, lamentavelmente, seja relegada a um segundo plano na segunda metade do filme, como Jody Moreno, a diretora fictícia do filme dentro do filme.

A maestria de David Leitch em equilibrar personagens, humor e ação é evidente, com cenas de acrobacias impressionantes que evocam uma época em que os dublês arriscavam suas vidas para entreter o público. A trilha sonora é outro belo destaque e acerta nas escolhas, como a da música "I Was Made for Lovin' You" do KISS, que adiciona um toque nostálgico à narrativa, relembrando os espectadores de uma era em que a ação e a comédia romântica reinavam em Hollywood.

Se tem uma coisa que me chama atenção em filmes são referencias e aqui o filme surpreende os cinéfilos com diversas referências irreverentes e escrachadas a alguns clássicos do cinema. Os fãs de cinema encontrarão um verdadeiro deleite ao identificar essas alusões inseridas na trama. Mas há mais do que apenas referências: a produção reserva uma participação especial, mantida em segredo, que se encaixa perfeitamente na essência do filme, acrescentando um toque de maravilha e completando a experiência cinematográfica de forma excepcional.

Entre os personagens secundários, alguns momentos deixam a sensação de que eles poderiam ter recebido um pouco mais de destaque na trama. Embora isso não prejudique a experiência geral do filme, desperta o desejo de explorar mais a fundo esses personagens cativantes que cruzam o caminho dos protagonistas.

Claro que um filme chamado "O Dublê" não poderia deixar de transmitir uma mensagem sobre a importância dos dublês na indústria cinematográfica, e de uma forma bem legal o filme oferece uma experiência de entretenimento puro e descompromissado em contraste com os blockbusters atuais que são repletos de CGI. Nos creditos conseguimos ver algumas cenas reais dos dublês de Ryan Gosling, conectando o público ainda mais à autenticidade da produção.

"O Dublê" é uma carta de amor ao glamour do cinema clássico de Hollywood, destacando a importância dos dublês com uma mistura encantadora de ação, humor e romance. Com cenas de acrobacias impressionantes e referências irreverentes a cultura pop, o filme oferece uma fuga nostálgica e autêntica do cinema contemporâneo, evitando os excessos de CGI, e deixando o público com uma sensação duradoura de encanto e nostalgia.

Nota: 4.5/5.0

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