Crítica | Alien: Romulus
“Alien: Romulus” é o mais recente capítulo da icônica franquia de ficção científica e terror que começou em 1979 com “Alien, o 8º Passageiro”. Sob a direção de Fede Álvarez, o filme tenta recuperar a atmosfera claustrofóbica e o terror psicológico que consagraram a série, ao mesmo tempo que busca atrair tanto os fãs antigos quanto novos espectadores. No entanto, enquanto o filme acerta em alguns aspectos, outros elementos deixam a desejar, criando uma experiência que, embora intensa, não atinge todo o seu potencial.
Logo de início, o filme impressiona com seu visual. A direção de arte e os efeitos especiais recriam com maestria o ambiente sombrio e opressor de uma estação espacial abandonada, evocando a mesma sensação de isolamento e perigo constante do filme original. Os xenomorfos, criaturas que se tornaram ícones do cinema de terror, continuam aterrorizantes, com uma atualização visual que os torna ainda mais assustadores. A fotografia de “Romulus” é fascinante e perturbadora, mergulhando o espectador em uma imersão completa no terror espacial.
No entanto, onde o filme brilha em atmosfera, ele tropeça na narrativa. O roteiro, embora tenha bons momentos de tensão e sustos, apresenta problemas de ritmo, com algumas partes da trama se arrastando sem necessidade. A tentativa de explorar as origens dos xenomorfos e de conectar este filme aos anteriores é válida, mas a execução acaba sendo confusa e, por vezes, cansativa. O clímax, felizmente, recupera parte do fôlego perdido, entregando uma sequência de ação e suspense que deve agradar aos fãs do gênero.
Embora haja uma tentativa de diversificar o elenco e de criar arcos emocionais, a profundidade dos personagens é limitada. A relação entre Rain, interpretada por Cailee Spaeny, e seu irmão adotivo, Andy, é o destaque emocional do filme, trazendo um toque mais humano à história. No entanto, os outros personagens não recebem o mesmo cuidado no desenvolvimento, tornando difícil para o público se importar com seus destinos. Essa falta de conexão emocional acaba enfraquecendo o impacto do filme.
“Alien: Romulus” também é repleto de referências e homenagens aos clássicos da franquia. Enquanto isso pode agradar os fãs de longa data, o uso excessivo de fanservice pode prejudicar a originalidade da obra. Em alguns momentos, parece que o filme está mais preocupado em capturar a essência dos filmes anteriores do que em se estabelecer como algo único e inovador.
“Alien: Romulus” é uma experiência densa e assustadora que consegue, em grande parte, resgatar o terror que tornou a franquia famosa. No entanto, a falta de inovação na narrativa e o desenvolvimento superficial dos personagens impedem que o filme alcance um nível superior. Para os fãs leais, há muitos elementos nostálgicos para apreciar, mas para aqueles que buscam algo novo e surpreendente, o filme pode decepcionar. Mesmo assim, é uma adição digna à série, que mantém viva a essência aterrorizante dos xenomorfos e que, sem dúvida, atrairá um novo público.
Nota: 3.8/5.0
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