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CRÍTICA | Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa


O cinema nacional sempre soube abraçar o público infantil com filmes que se tornaram verdadeiros fenômenos nas férias, e Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa é a mais nova joia dessa tradição. O filme, que estreia já no início de 2025 nas telas de cinema, chega para emocionar e entreter uma nova geração de espectadores, enquanto reforça a relevância dos personagens de Mauricio de Sousa, mais especificamente o carismático Chico Bento, que agora ganha sua própria adaptação cinematográfica.


A história é simples, mas profundamente encantadora, e está repleta de elementos lúdicos que fazem jus à essência do universo criado por Mauricio de Sousa. O enredo, centrado na paixão de Chico pela goiabeira de Nhô Lau, é um convite à nostalgia e à reflexão sobre o meio ambiente. Quando a árvore ameaçada pela construção de uma estrada se torna o epicentro da narrativa, o filme aborda questões ambientais e sociais com uma delicadeza que conversa diretamente com o público jovem, sem perder a leveza que se espera de uma história infantil.


O grande trunfo da produção é o elenco, especialmente Isaac Amendoim, que interpreta o protagonista com uma naturalidade e carisma impressionantes. Sua performance como Chico Bento é repleta de frescor, e sua conexão com a câmera é tão orgânica que faz com que a experiência de assistir ao filme se torne quase uma extensão das histórias em quadrinhos. Ele consegue capturar a essência do personagem e transportá-la para o cinema de forma extremamente convincente e ainda quebra a quarta parede, fazendo jus à tradição do personagem que, com sua pureza e travessuras, conquista a todos.


A direção de Fernando Fraiha, brilha aqui ao criar uma atmosfera lúdica e calorosa, sem nunca perder o foco no coração da história: a amizade e a conexão com a natureza. A fotografia de Gustavo Hadba é um deleite visual, utilizando tons quentes para capturar a essência de uma vila rural onde a magia e a realidade se encontram de maneira harmônica. As cenas são encantadoras, e a forma como a iluminação evoca uma sensação de atemporalidade faz com que o filme transcenda a barreira entre o passado e o presente, remetendo aos quadrinhos de Chico Bento, mas com uma roupagem moderna.


O roteiro, escrito por Elena Altheman, Raul Chequer e o próprio Fernando Fraiha, combina perfeitamente a inocência do personagem com temas relevantes e contemporâneos, como a preservação ambiental e a luta contra o progresso desenfreado. O modo como as questões são abordadas sem didatismo, mas com uma sensibilidade própria das boas histórias infantis é um dos maiores acertos do filme. Através da trajetória de Chico e seus amigos para salvar a goiabeira, o público é convidado a refletir sobre o impacto de nossas ações no meio ambiente de maneira divertida e comovente.


Além disso, a participação de atores consagrados, como Luis Lobianco, Débora Falabella e Taís Araújo, acrescenta profundidade e emoção à trama, especialmente em suas cenas com Chico e sua turma, que equilibram humor e sensibilidade de forma primorosa. A construção de personagens secundários, como Zé Lelé, Rosinha e outros membros da comunidade, também é um ponto positivo, criando um rico universo de relações afetivas que torna o filme ainda mais encantador.


Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa é, sem dúvida, um filme imperdível para a temporada de férias. Com sua mistura de humor, ternura e crítica social, ele consegue entreter crianças e adultos ao mesmo tempo, provando que as histórias de Mauricio de Sousa ainda têm muito a oferecer. O filme é uma celebração da cultura pop nacional e reafirma o potencial do cinema brasileiro para criar aventuras que tocam o coração das pessoas. Não é apenas um filme para as férias, mas uma

verdadeira obra de arte que merece ser vista e revista por gerações de fãs.

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