CRÍTICA | Paradise
Paradise, a nova série do Disney+ que chega ao catalogo do straeaming no dia 28 de Janeiro, marca mais uma colaboração entre o talentoso ator Sterling K. Brown e o criador Dan Fogelman, ambos conhecidos por seu trabalho em "This is Us". Enquanto essa nova empreitada parece se afastar da narrativa emocional que consagrou sua série anterior, o resultado final é uma mistura de altos e baixos que, embora interessante, ainda não consegue se estabelecer como uma obra-prima.
A trama gira em torno de Xavier Collins (Brown), um agente do Serviço Secreto que se vê em um turbilhão emocional e profissional após encontrar o presidente Cal Bradford (James Marsden) morto em circunstâncias suspeitas. Essa premissa, que poderia facilmente se transformar em um clichê de thriller político, é enriquecida pela habilidade de Fogelman de entrelaçar flashbacks que revelam a complexidade das relações interpessoais. É nesse aspecto que "Paradise" se destaca, os momentos de passado e presente criam uma narrativa que permite ao público entender não apenas a dinâmica entre os personagens, mas também os traumas que os moldaram.
O elenco, composto por nomes como Julianne Nicholson e Glynn Turman, é outro trunfo do show. Brown é carismático e traz uma profundidade emocional ao seu papel, enquanto Marsden, mesmo em sua breve presença, entrega um desempenho bem interessante. Nicholson, como Samantha Redmond, oferece uma performance que chama a atenção, especialmente nas cenas mais íntimas de dor e vulnerabilidade.
A estrutura episódica que lembra "Lost" proporciona momentos intrigantes, mas a narrativa se desvia, tornando-se mais confusa à medida que avança. Embora as reviravoltas sejam uma marca registrada do estilo de Fogelman, algumas delas parecem forçadas e previsíveis, diluindo a tensão que deveria permeá-las. O mistério central, em si, carece de urgência, o que prejudica o impacto emocional que a morte do presidente deveria carregar.
Ainda assim, "Paradise" não pode ser descartado como um mero thriller genérico. O seriado tenta explorar temas de luto, família e responsabilidade, embora, por vezes, esses elementos emocionais se percam em meio a tramas mais complexas. O desejo de Fogelman de criar uma narrativa rica e multifacetada é louvável, mas a execução pode deixar os espectadores confusos e, em alguns momentos, desinteressados. Esperamos que os próximos episódios entreguem muito, para validar o peso de todos os envolvidos nesta série.
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