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CRÍTICA | COVIL DE LADRÕES 2


Covil de Ladrões 2 chega com grandes expectativas e um novo direcionamento que se distingue de seu antecessor. Escrito e dirigido por Christian Gudegast, o filme se inspira em clássicos de ação, oferecendo uma narrativa que não se limita apenas a perseguições frenéticas e tiroteios desenfreados.

O protagonista, Nick O’Brien (Gerard Butler), ainda enfrenta as consequências do roubo ao Federal Reserve que marcou o primeiro filme. O'Brien, que se vê em um momento de crise pessoal e profissional, decide se unir ao criminoso Donnie Wilson (O'Shea Jackson Jr.) na Europa, após descobrir que ele está envolvido em um elaborado esquema para roubar o World Diamond Authority. A reviravolta dessa união, onde Nick se torna um aliado mais do que um perseguidor, adiciona uma camada interessante à narrativa, ressaltando um desenvolvimento mais emocional entre os personagens.

Ao contrário do primeiro filme, que era uma explosão de testosterona, "Covil de Ladrões 2" investe em momentos de camaradagem e humor entre os protagonistas. A química entre Butler e Jackson Jr. é um dos pontos altos, trazendo uma leveza que contrasta com a tensão do planejamento do assalto. O filme se destaca pela sua ênfase nos detalhes do planejamento criminoso, quase como um procedimento metódico, o que pode surpreender aqueles que esperavam uma abordagem mais convencional.

Entretanto, a longa duração de 140 minutos pode parecer excessiva para alguns. Christian Gudegast se permite explorar cada aspecto do plano, resultando em uma narrativa que se desvia do frenético estilo de ação de muitos blockbusters contemporâneos. Apesar disso, o tempo investido em construir a relação entre Nick e Donnie se mostra recompensador, trazendo um peso emocional que engrandece o filme.


A ação, quando ocorre, é primorosamente coreografada, especialmente em uma sequência de perseguição nas montanhas da França, que destaca a tensão e a grandiosidade sem recorrer ao CGI exagerado. A direção de Gudegast também é elogiável ao criar uma atmosfera de realismo nas cenas de ação, fazendo com que cada tiro tenha um peso e uma consequência.

Porém, o enredo se complica com a introdução de diversas subtramas envolvendo máfias e vinganças que, em certos momentos, parecem desnecessárias. A falta de profundidade em personagens secundários também é notável, fazendo com que a narrativa central fique em evidência, mas deixando um certo vazio em torno dos coadjuvantes.

O longa é uma proposta ousada que reflete uma evolução do primeiro filme. Embora ainda tenha elementos típicos de um filme de ação padrão, a obra se transforma em um estudo de personagens inesperados e uma trama mais interessante. Indicado para quem é fã de thrillers que esbanjam ação e desenvolvimento de personagens, este filme é o top um da lista. Com um final que deixa a porta aberta para uma possível continuação, a expectativa sobre o que virá a seguir se torna um convite à reflexão sobre o gênero e suas possibilidades.

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